Os números de homicídios registrados em Jequié continuam chamando atenção e acendem um alerta para a violência letal no município. Entre 2021 e 2025, o Jequié registrou 568 homicídios, revelando um cenário que, embora apresente ligeira queda nos últimos anos, ainda mantém índices muito acima da média nacional.
Em 2021, foram registradas 92 mortes violentas. O número saltou para 141 em 2022, ano em que Jequié foi considerada a cidade mais violenta do Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Já em 2023, foram 134 homicídios, enquanto em 2024 o total caiu para 131 casos. Até a data de hoje 11 de outubro de 2025, 70 homicídios já são registrados, uma média de quase sete mortes por mês.
Diante desses números, o Governo do Estado vem intensificando sua presença na cidade, com novos investimentos na segurança pública, a exemplo da criação do Comando Regional de Policiamento e a troca no comando do 19º Batalhão da Polícia Militar, buscando fortalecer as ações de prevenção e repressão à criminalidade. Inauguração de novas delegacias específicas no combate a furtos e tráfico de drogas e outros investimentos. O objetivo é aproximar as forças de segurança da população e garantir mais agilidade no enfrentamento ao tráfico de drogas e aos crimes contra a vida.
A nível nacional, Jequié também passou a ser contemplada com recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci II), uma iniciativa do Governo Federal que prioriza municípios com altos índices de violência. O programa prevê investimentos em capacitação, equipamentos e ações sociais integradas com a comunidade. Dando suporte diretamente a Guarda Municipal.
Contudo, especialistas na área da segurança pública alertam que o combate à violência não se faz apenas com armas e viaturas. Em Jequié, a ausência de políticas públicas voltadas à juventude segue sendo uma das grandes falhas do poder público municipal. A Diretoria Municipal da Juventude, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social, permanece distante das comunidades mais afetadas pela criminalidade e carece de projetos consistentes de inclusão, cultura, esporte, qualificação profissional e geração de emprego e renda.
Enquanto o Estado e o Governo Federal buscam reforçar a estrutura policial e investir em segurança, a omissão local com a juventude mantém a porta aberta para o aliciamento e o avanço da violência, um problema que exige mais do que policiamento, requer oportunidades.
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