A semana termina com o tabuleiro político de Jequié e região completamente embaralhado. Nomes que antes eram dados como fiéis escudeiros de determinados grupos decidiram mudar de lado — e agora vivem dias de “lua de mel” com novos aliados. As movimentações tornam o cenário de 2026 ainda mais nebuloso e imprevisível. Vamos por partes.
Perda dupla
O grupo político do deputado estadual Euclides Fernandes sofreu duas baixas importantes. Os ex-vereadores Sidney Magal e Roque Silva, figuras consideradas de confiança do parlamentar, anunciaram saída do grupo e já estão alinhados com o time do ex-prefeito e deputado Patrick Lopes, que cresce politicamente na região.
Magal, vale lembrar, apresentava um programa gospel em uma das emissoras do deputado. Já Roque Silva havia sido indicado recentemente para um cargo no governo do estado, sob influência de Euclides. O desfecho foi amargo: duas perdas que pesam — e muito — no campo político do veterano deputado.
Reforço de peso
Outra mudança movimentou os bastidores na noite de ontem. O vereador Ramon Fernandes oficializou sua adesão ao grupo do deputado federal Antonio Brito, somando-se aos vereadores Robson Machado e Moana Meira na bancada de oposição ao prefeito Zé Cocá.
A chegada de Ramon fortalece ainda mais o deputado, que mantém a marca de ser o mais votado em Jequié por três eleições consecutivas. Brito segue ampliando seu campo de influência na política local, e o recado é claro: o jogo para 2026 começou.
O peso pesado de Itagi
Em Itagi, o vereador e comunicador Gielton Bispo vem se destacando pela articulação e pelo ritmo de trabalho. Mesmo em seu primeiro mandato, já colhe resultados expressivos: foi dele a cobrança pela recuperação da BA-130, acesso principal ao município, e agora articula a implantação da APAE.
Nesta semana, Gielton acompanhou o ex-governador César Borges em visita à cidade — gesto que chamou atenção e reforçou seu prestígio. A vereança caiu bem ao comunicador, que parece estar pavimentando uma trajetória sólida na política regional.
É namoro ou casamento?
O governador Jerônimo Rodrigues segue empenhado em conquistar o apoio do prefeito de Jequié, Zé Cocá, para as eleições de 2026. Os encontros têm sido frequentes — e o “cupido” tem nome e sobrenome: Hassan Ioussef. O deputado estadual tem atuado como mediador e torce para que a paquera vire casamento.
Para Hassan, seria um feito político expressivo reunir no mesmo palanque o governador e seu padrinho político, já que em 2022 estiveram em lados opostos. Quem não deve estar gostando nada dessa aproximação é ACM Neto, que observa de longe o afago entre Jequié e o governo estadual.
Artilharia pesada
Falando em Neto, o ex-prefeito de Salvador tem enfrentado dias turbulentos. Cada declaração pública é recebida com ataques — tanto de adversários quanto de aliados insatisfeitos.
Além disso, a Operação Overclean, da Polícia Federal, respingou em figuras do seu grupo político, e há quem tente atrelar o nome de ACM Neto ao caso. Até o momento, nada foi formalizado contra ele, mas a situação é delicada: o ex-prefeito se vê numa sinuca de bico — não pode acusar ninguém, já que seus aliados estão na linha de fogo.
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