O governo dos Estados Unidos decidiu abrir uma investigação interna no país, que fica sob a responsabilidade do Escritório do Representante do Comércio dos Estados Unidos, em que afirma, sem citar nominalmente, que a modalidade de pagamento é uma possível prática desleal do Brasil em relação a serviços de pagamentos eletrônicos.
Analistas indicam que a razão pela qual o governo Trump resolveu mirar o Pix é devido à queda de arrecadação de empresas como a Visa e a Mastercard. Com o surgimento do Pix, os pagamentos realizados em qualquer tipo de transferência não geram custos extras, nem para quem paga, nem para quem recebe os valores - diferentemente da modalidade cartão de crédito.
De acordo com dados do Banco Central, os juros rotativos do cartão de crédito no Brasil chegaram a 449% ao ano no mês de maio. Já com a modalidade Pix, que já é utilizada por mais de 175 milhões de brasileiros, não há taxas nas transações envolvidas. O Banco Central ainda estuda implementar mais funcionalidades ao Pix, tornando a modalidade a mais utilizada pelos brasileiros, devido à sua facilidade e segurança.
Com a queda na arrecadação com as taxas, as empresas Visa e Mastercard teriam recorrido ao governo Trump para encontrar uma saída e voltar a lucrar com as tarifas. Outra possibilidade levantada pelos analistas é que essa ação, talvez, tenha ligação também com o novo serviço do WhatsApp, o WhatsApp Pay, cujo dono, Mark Zuckerberg, é fortemente ligado a Trump.
Na carta em que institui a investigação contra o Brasil, o governo dos Estados Unidos cita ainda a Rua 25 de Março, epicentro do comércio popular no país, como foco de “pirataria”. Na tarde desta quarta-feira, a Associação dos Lojistas da 25 de Março rebateu a afirmação do governo Trump, citando que mais de 3 mil lojas associadas pagam impostos e comercializam produtos de qualidade, não sendo importados dos Estados Unidos, mas da China em sua maioria. A nota ainda afirma que alguns pontos de comércio ilegal ainda podem ser identificados na 25 de Março, mas que a fiscalização atua para coibir a venda de produtos falsificados.
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