A Confederação Brasileira de Futebol – CBF, tem sido alvo de atenção por parte da imprensa e dos torcedores brasileiros, não por conta do futebol, mas por conta da política interna da entidade que enfrenta um longo período turbulento, desde a saída de Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero por acusação de corrupção e a de Rogério Caboclo, acusado de assédio.
Ednaldo Rodrigues, foi Presidente da Federação Baiana de Futebol e assumiu o comando da CBF, de forma interina, por ser o mais velho entre os vice-presidentes. O que foi mantido recentemente, por meio de um acordo com os representantes dos clubes que compõem a entidade.
Entretanto, nos últimos dias o acordo tem sido questionado e as atenções se voltaram para Ednaldo. A deputada federal Daniela de Waguinho (União Brasil-RJ) passou a questionar o acordo que manteve Ednaldo como Presidente da CBF, por conta da assinatura do conselheiro Coronel Nunes.
A deputada ainda apresentou ao STF um laudo pericial já usado pelo vereador do Rio Marcos Silva (Podemos), em uma denúncia sobre o mesmo fato feita ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), nesta semana.
Nunes é um dos que fecharam acordo na Justiça fluminense no processo que originou a discussão sobre a validade da primeira eleição de Ednaldo Rodrigues, em 2022. Ele e outros cartolas entraram em consenso com a CBF e a briga foi dada como encerrada no STF.
A CBF emitiu uma nota de esclarecimento a respeito da acusação da deputada. Confira:
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reitera seu compromisso com a transparência, a legalidade e a boa-fé em todas as suas ações e decisões institucionais.
Diante das recentes notícias veiculadas na imprensa sobre suposto vício de vontade em assinatura constante do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legitimidade da eleição do presidente Ednaldo Rodrigues, a CBF esclarece que ainda não teve acesso formal ao referido laudo pericial, supostamente asssinado por perito particular, que está sendo utilizado de forma midiática e precipitada, em verdadeira espetacularização que atende a interesses nada republicanos e aparentemente questionado por terceiros absolutamente estranhos ao processo.
A CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e teve acordo homologado.
É absolutamente inverdade que esse processo tenha sido reaberto a pedido de uma parlamentar.
A CBF confia plenamente na Justiça brasileira e permanece à disposição das autoridades competentes para esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente surjam. A entidade segue focada em sua missão de promover o futebol brasileiro com seriedade, profissionalismo e respeito às instituições e com absoluta tranquilidade de que todos os princípios de boa gestão e de probidade são diuturnamente respeitados.”
CPI
Além de Daniela, outro deputado mira a presidência de Ednaldo, Sargente Gonçalves (PL-RN) vem tentando coletar assinaturas para a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito – CPI, para investigar “graves indícios de corrupção privada e gestão temerária” na Confederação Brasileira de Futebol. No senado, o deputado Eduardo Girão (Novo-CE) vem tentando coletar assinaturas, para a instalação de uma CPI com o objetivo de investigar a relação da entidade, ou de Ednaldo, com membros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em relação ao pedido feito pela deputada Daniela, um julgamento está marcado para o dia 28 de maio, após a polêmica envolvendo assinatura do Coronel Nunes. Caso o ministro Gilmar Mendes atenda aos pedidos feitos por Sarney, Ednaldo Rodrigues poderá ser destituído da CBF até uma decisão do STF sobre o caso original.
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