O governo do estado do Rio de Janeiro informou que avalia processar moradores que teriam retirado corpos de uma área de mata no Complexo da Penha, após a operação policial mais letal da história do estado. A ação, realizada na semana passada, deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais e 117 suspeitos.
Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, imagens em vídeo mostram pessoas retirando os corpos da mata, trocando roupas e os levando para vias públicas. De acordo com o governo, o ato pode configurar manipulação de cena de crime.
O governador Cláudio Castro publicou em suas redes sociais trechos das gravações, afirmando que “as imagens mostram claramente a manipulação de corpos depois dos confrontos”. Ele defendeu a atuação das forças de segurança e classificou a operação como necessária para o enfrentamento ao crime organizado na região.
Moradores, no entanto, relataram que os corpos foram levados para áreas acessíveis porque permaneciam abandonados no matagal. De acordo com depoimentos de quem vive na comunidade, a retirada teria sido feita por respeito às vítimas e às famílias que buscavam reconhecimento dos corpos.
A operação na Penha, considerada a mais mortal já registrada no Rio de Janeiro, reacendeu o debate sobre o uso da força policial em áreas de conflito. Entidades de direitos humanos pedem investigação independente e criticam a condução da ação.
O governo estadual informou que apura os vídeos e que poderá adotar medidas judiciais contra os envolvidos na remoção dos corpos, caso seja comprovada alteração de evidências.
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